Sensações Virtuais

quinta-feira, junho 22, 2006

Da história da sedução


Houve um dia em que o homem das cavernas percebeu que dar uma marretada na cabeça da fêmea que lhe interessava poderia não ser o melhor método para obter os seus favores. Ter-lhe-á ocorrido que um ramo de flores poderia funcionar melhor? Improvável.

Mas talvez se tenha apercebido de que elas ficavam mais disponíveis para a cópula quando diziam coisas do tipo “Que seios tão alimentícios tens tu!”, ou “Que bela mixórdia de ovos de brontossauro consegues preparar!”, ou ainda “Tens um especial dom para correr com os morcegos da caverna”. Certo é que num dado momento da evolução da psicologia masculina, fez-se luz quanto à melhor forma de conseguir cama, comida e roupa lavada – cama aqui em vários sentidos, pois claro.

As mulheres muito antes já lá teriam chegado. No desenvolvimento da espécie, à semelhança do que acontece com as crianças pré-adolescentes (sabe-se que ontogenia reproduz filogenia...), é provável que elas tenham amadurecido sexual e psicologicamente mais cedo. Enquanto que eles chegavam, queriam e faziam, já elas iriam com falas mansas para ter sexo quando lhes davam os apetites. Sabiam que se dissessem “Mas que membro tão viril e potente tens tu!”, que o membro rapidamente reagiria a tal elogio e que não faltaria pouco para a caverna reverberar com a actividade.

Assim terá nascido a sedução. Aquilo que hoje em dia assume formas tão subliminares e requintadas como o flirt ou que decorrem em contextos tão sofisticados como o chat na internet, terá começado certamente de forma bem mais prosaica. À medida que convenções sociais se foram criando em torno da actividade sexual e que mais restrições foram sendo aplicadas ao relacionamento entre humanos, que mais necessidade foi surgindo de desenvolver estratégias para alcançar objectivos sexuais. Veja-se as artes delicodoces das Gueixas Japonesas ou as tatuagens corporais dos Maori, ou ainda a famosa dança do ventre.

Os animais não têm destas chatices. Vejam o exemplo dos cães. Que animal tão descomplicado esse o canino! Aproximam-se, cheiram-se e eis que um já se encontra energicamente sobre outro num fugaz momento lúdico. Simplesmente não é fugaz, uma vez que é coisa que pode durar horas e só baldes de água fria (maldade!) os conseguem despegar. E não olham a raças nem a tamanhos. É ver eruditas cadelas caniche a copular com grandes e matulões pastores alemães ou luzidios labradores negros retintos. Sem dúvida que os canídeos são um exemplo de animais descomplexados e sem preconceitos no que respeita ao sexo.

Porém, se não deixa de ser verdade que os humanos teriam algo a aprender com os cães nestas coisas do sexo (nada de rapidinhas!), certo é também que muito se perderia nas lides da sedução. A sedução acaba por ser um pouco da magia que torna as relações entre as pessoas mais interessantes. Se o amor é o sal da vida, então a sedução é assim uma espécie de molho de soja, um pouco nada exótico, condimenta sem enjoar e dá mais sabor às coisas que toca.


Esteja atento às iniciativas que a Sensações irá desenvolver em breve sobre a temática da sedução. Garantimos que vai gostar...

Proposta indecente da semana: Fale-nos das suas estratégias de sedução, das que funcionaram e das que fizeram com que despejassem bebidas pela vossa cabeça abaixo. Não se esqueçam de que com todas as experiências aprendemos!

Fonte da imagem: www.monica.com.br

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